quinta-feira, 27 de outubro de 2011
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Passa Anel
A brincadeira do passa anel pode virar um filme? Hum... será? Pra tirar a prova, primeiro tem que passar a ideia para o papel. No audiovisual, passar ideia para o papel é sinônimo de... roteiro!
EXT. JARDIM DO PALÁCIO - DIA
Uma linda PRINCESA de véu caminha tranquilamente ao sol.
Um corajoso MENINO aparece e dá uma flor a princesa. Ela
pega a flor e ele começa a tirar o véu da princesa. Então
o rei aparece e se coloca entre os dois.
Um corajoso MENINO aparece e dá uma flor a princesa. Ela
pega a flor e ele começa a tirar o véu da princesa. Então
o rei aparece e se coloca entre os dois.
REI
Filha minha só pode ser vista
pelo coração. Tem que passar pelo
pelo coração. Tem que passar pelo
desafio!
EXT. PÁTIO DO PALÁCIO - DIA
No pátio algumas meninas estão perfiladas. O REI levanta
um anel e diz.
um anel e diz.
REI
Só a princesa pode ter o anel.
O REI passa o anel entre as meninas e se vira para os
pretendentes, aponta para um menino e diz:
O REI passa o anel entre as meninas e se vira para os
pretendentes, aponta para um menino e diz:
REI
Quem é a princesa?!
O menino aponta e erra e o Rei ri alto e diz:
O menino aponta e erra e o Rei ri alto e diz:
REI
Você não viu o coração da
princesa, está fora!
O rei repete a operação várias vezes até que pergunta ao
princesa, está fora!
O rei repete a operação várias vezes até que pergunta ao
MENINO.
REI
Quem é a princesa?!
Ele aponta a PRINCESA que mostra o anel. Então todos
comemoram pulando.
Ele aponta a PRINCESA que mostra o anel. Então todos
comemoram pulando.
EXT. JARDIM DO PALÁCIO - DIA
O REI sério está na frente com a PRINCESA e o MENINO.
REI
Que entrem as testemunhas!
Os meninos e meninas entram em fila. O MENINO coloca o
anel na PRINCESA. O REI ri e levanta os braços.
Os meninos e meninas entram em fila. O MENINO coloca o
anel na PRINCESA. O REI ri e levanta os braços.
REI
Hoje é dia de festa!
E todos comemoram pulando e dançando.
E todos comemoram pulando e dançando.
Ponte forte?
Nossa empreiteira acaba de finalizar mais uma obra, inaugurada pelos dedos dos participantes das oficinas do Olho Portátil. Uma ponte cinematográfica, não por ser bela e segura e sim por ser comprida e mal acabada. Ideal para a filmagem da nossa lenda... a lenda da Ponte da Mulher Traída!
O evento de inauguração foi um concurso de andar de dedinhos sobre a ponte. Dedos rebolantes, dedos nervosos, encontro de dedos e até dedinhos Michael Jackson!
O evento de inauguração foi um concurso de andar de dedinhos sobre a ponte. Dedos rebolantes, dedos nervosos, encontro de dedos e até dedinhos Michael Jackson!
Visita do ministro das Comunicações Paulo Bernardo
O Programa Algar Transforma representou o Instituto Algar em uma ação de relacionamento. Em um momento de comemoração de 57 anos de história, a Algar Telecom(CTBC) recebeu a visita do ministro das telecomunicações.
Na ocasião, foi entregue ao Paulo Bernardo, por três meninas participantes do Projeto Olho Portátil (Thalita, Mirelly e Eliana), um vídeo, contando como tem sido o uso de ferramentas de comunicação no processo de formação deles. Além disso, entregaram uma revistinha e uma carta. Veja o vídeo entregue ao ministro...
Na ocasião, foi entregue ao Paulo Bernardo, por três meninas participantes do Projeto Olho Portátil (Thalita, Mirelly e Eliana), um vídeo, contando como tem sido o uso de ferramentas de comunicação no processo de formação deles. Além disso, entregaram uma revistinha e uma carta. Veja o vídeo entregue ao ministro...
Filmagem "A Viuvinha"
Bastidores da filmagem de "Viuvinha". Texto criado por participantes das oficinas de artes integradas do Programa Algar Transforma, a partir de uma brincadeira popular de mesmo nome. A filmagem foi feita pelos participantes do Olho Portátil
Vista Cansada - Otto Lara Resende
Vista cansada
Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta
como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela
primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez
tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida
continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um
poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente
banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é
familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como
um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe
perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver,
você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo
porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma
correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima
idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer.
Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser
também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes
baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos?
Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para
o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de
fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a
própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia,
opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.
Otto Lara Resende
Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 23 de fevereiro de 1992
Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta
como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela
primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez
tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida
continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um
poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente
banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você
vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é
familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como
um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe
perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver,
você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall
do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo
porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma
correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima
idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer.
Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser
também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes
baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos?
Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para
o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de
fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a
própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia,
opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.
Otto Lara Resende
Texto publicado no jornal “Folha de S. Paulo”, edição de 23 de fevereiro de 1992
Passeio Cultural 1
Vídeo gravado por um dos participantes do Olho Portátil, na exposição "Crescer para Florescer".
Passeio Cultural 1
Vídeo gravado por uma das participantes do Olho Portátil, na exposição "Crescer para Florescer".
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