A cultura digital como ferramenta de expressão artística e de inclusão social. Esse é o mote do Olho Portátil, projeto de formação cultural que envolve semanalmente 120 crianças e adolescentes de 11 a 14 anos, moradores de bairros da periferia de Uberlândia. Até o fim do ano, os participantes produzirão vídeos completos e totalmente autorais, passando pela criação de roteiro, estudo de personagens, dublagem, entre outros processos. A proposta é que os participantes produzam e comuniquem-se pelo universo digital, utilizando mídias acessíveis, ao gravar os vídeos com aparelhos celulares e postá-los na internet.
O projeto é realizado pelo EMCANTAR e pelo Instituto Algar, viabilizado pela Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, e em parceria com o Programa Algar Transforma, com as escolas estaduais Lourdes de Carvalho e Professor Ederlindo Lannes Bernardes e as ONGs Casa e Ação Moradia. Conciliando ferramentas tecnológicas a símbolos da cultura popular, um dos vídeos que está sendo produzido pelos participantes é uma adaptação da história "Viuvinha", baseada na brincadeira cantada análoga. As cenas começaram a ser gravadas durante o último passeio cultural dos participantes, no Parque do Sabiá. Agora, nas oficinas na sede do Programa Algar Transforma, eles estão ajustando o roteiro, editando cenas, definindo personagens e iniciando a dublagem. Esse processo de produção está sendo bastante novo e satisfatório para todos. "Acho muito legal trabalhar com vídeo, esta foi a minha primeira vez. Estou gostando de filmar e atuar, é muito divertido", contou Rafaela Luana, de 11 anos.
A história, desenvolvida em duas oficinas, envolve sete personagens, entre eles um super herói, uma mocinha e suas duas irmãs, um pai cozinheiro, um irmão e um porteiro. "Conversando com os amigos, fomos criando a história. Mas aí o Gabriel [outro participante do projeto] chegou um dia com um texto enorme. Foi uma bomba na nossa mão, tinha um monte de coisa lá. Misturamos o que a gente tinha com o que ele escreveu e fomos encaixando nas cenas filmadas", conta Felipe Francisco, 12 anos, também responsável pela ideia de incluir um super-herói no roteiro. "Queremos fazer todo mundo rir. O super-herói da história pede a mão da princesa, depois tenta voar, leva um ‘capote' e grita por não ter conseguido. Vai ficar legal", adianta o garoto, revelando o tom cômico da produção.
segunda-feira, 19 de setembro de 2011
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